domingo, 19 de agosto de 2012

'Escondidos', amortecedores requerem atenção especial

Durabilidade da peça pode variar conforme o tipo de esforço e piso a que o automóvel é submetido e ao modo de condução
Fabricantes não especificam a quilometragem que o amortecedor pode aguentar, por isso é aconselhada revisão a cada 10 mil quilômetros
Peça essencial para a segurança dos ocupantes de um automóvel, o amortecedor está diretamente ligado à estabilidade do veículo
Peça essencial para a segurança dos ocupantes de um automóvel, o amortecedor está diretamente ligado à estabilidade do veículo e apesar de ficar ''escondido'' merece atenção especial.

Gerente de pós-vendas da Fórmula Renault em Londrina, Thiago de Castro explica que os amortecedores auxiliam os trabalhos da suspensão dos automóveis, reduzindo impactos e aumentando o conforto de seus ocupantes. ''O amortecedor impede que o automóvel sinta tanto o impacto em diversas situações, como quando passa por um buraco'', exemplifica.

Além de manter os pneus junto ao chão, os amortecedores desempenham papel importante ao impedir que os automóveis escapem nas curvas, o que os levaria a rodar.

A durabilidade da peça em um veículo, de acordo com Castro, pode variar conforme o tipo de esforço e piso a que o automóvel é submetido. Se enfrenta terrenos menos acidentados, o amortecedor pode durar mais do que uma peça que enfrenta condições mais severas de uso. O profissional estipula uma média de 70 mil quilômetros.

Castro alerta, no entanto, que os fabricantes não são bem específicos quanto à quilometragem que seus produtos podem aguentar. Ele aconselha uma revisão a cada 10 mil quilômetros.

A maneira de dirigir também pode fazer a diferença. Castro informa que um motorista que costuma ser agressivo e ''abusa'' de freadas bruscas tende a exigir mais do item. ''Tem motorista que vê o sinal quase fechando e acelera e quando está chegando no semáforo o sinal fecha e ele precisa frear. O mesmo vale ao passar por lombadas. Esse estilo de direção pode ser determinante para a durabilidade da peça'', alerta.

Para identificar problemas no jogo de amortecedores não há segredo, segundo o gerente. ''Ao checar o carro, o mecânico vai perceber vazamento de óleo próximo ao local onde a peça fica ou, mesmo na hora de dirigir, o motorista vai sentir o veículo, como que escapando ou tremendo. Existe uma máquina que pode checar isso automaticamente, mas esse equipamento é caro e são poucos os estabelecimentos que devem tê-lo'', garante.

Se constatada a necessidade de troca dos amortecedores, o motorista que pretende economizar pode optar pelos recondicionados. Castro aconselha, no entanto, que esse pode não ser um bom negócio. ''A vida útil de um amortecedor recondicionado costuma ser bem menor'', afirma.

Atuando no mercado de auto-peças há 17 anos, Admir Manoel da Silva, proprietário da Amortec, acrescenta que nem sempre a peça apresentará um vazamento e ainda assim pode estar trabalhando abaixo de sua capacidade, por isso ele indica que o motorista procure se atentar a como o carro está se comportando ao passar por lombadas e buracos.

Ele aponta ainda que os veículos são compostos de um par traseiro e outro dianteiro de amortecedores e para evitar a troca é necessário identificar onde está o problema. ''Se o problema estiver apenas no dianteiro direito, por exemplo, o proprietário pode trocar apenas ele, mas o indicado é trocar o par para que ambos mantenham o mesmo rendimento.''

Já sobre o uso de amortecedores recondicionados ele diverge da opinião de Castro e garante que, embora os preços da peça variem muito conforme o automóvel, a economia pode chegar a 70%. ''O negócio pode ser bom sim, mas é aconselhável que antes de efetuar a compra, o motorista conheça seu fornecedor e peça por uma garantia estendida. Trabalho com dois anos de garantia e posso afirmar que a maioria dos negócios fechados são com amotecedores remanufaturados'', detalha.

Neste caso, segundo ele, vale o popular ''boca a boca'' com os amigos para escolher auto-peças que trabalhem com materiais de qualidade e possam fazer um bom trabalho no automóvel. O empresário determina ainda que sempre após a troca de qualquer amortecedor seja feito o alinhamento dos pneus.


Vinícius Fonseca
Reportagem Local
 
Folhaweb

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