Da Igreja Mundial do Poder de Deus
A
polícia civil de Ribeirão do Pinhal instaurou inquérito policial para
apurar crime de charlatanismo praticado por um pastor evangélico na
cidade de Ribeirão do Pinhal, membro da Igreja Mundial do Poder de Deus.
Segundo
a vítima, Danilo Messias, 24 anos, há seis anos ele sofreu acidente
quando estava num riacho, perdendo os movimentos dos braços e das
pernas.
No mês de junho, manchas e feridas começaram a
aparecer na pele e os médicos teriam diagnosticado uma alergia provocada
pela poeira, pois a casa passava por reformas que foram logo após
interrrompidas.
A família então encaminhou o rapaz para
tratamento com dermatologista que teria receitado injeções e pomadas.
Segundo seus pais, Angelina Diniz e Amadeu Messias, foi nesse período
que um membro da família, fiel da Igreja, solicitou que o pastor e sua
equipe visitassem a casa. O líder evangélico teria prometido ao paciente
que em sete dias ele voltaria a andar e se curaria da “lebra”. Uma
testemunha não familiar confirmou os fatos.
Ainda segundo
família, o evangélico pediu para fotografar Danilo alegando que seria
usado como lembrança da visita. “Ele dizia que os pastores mudam de
cidade e queria essa recordação”, diz Danilo, inconformado.
Após curto período, o religioso não teria mais retornado.
Um
“obreiro” da Igreja teria visualizado a sensível melhora no rosto de
Danilo, o que provocou o retorno do pastor que novamente fotografou.
“Nunca
autorizei o uso de minha imagem pela Igreja”, revela Danilo em
depoimento. Segundo o pai, o rapaz chora muito e sofreu um golpe com
essa divulgação.
Membros da denominação religiosa espalharam
panfletos na cidade com fotos antes e depois e convidando a população
para uma concentração de fé e milagres no Centro Cultural de Ribeirão do
Pinhal, no último dia 11(sábado) e exibiram as fotografias de Danilo
antes e depois da recuperação da alergia e infecção na face.
A cunhada de Danilo que trabalha no comércio local recebeu um panfleto e divulgou para a família.
Segundo
Amadeu, depois das visitas dos religiosos, chegou a frequentar o culto e
colaborou com ofertas, “mas foram espontâneas”, assinala o pai. Além
disso, familiares cobraram explicações do parente que apresentou o
pastor. O líder religioso, por sua vez, teria dito que nada tinha a ver
com a divulgação desses panfletos na cidade.
O caso foi
registrado pelo delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho. Diante
dos fatos, o delegado, devidamente autorizado, juntamente com o
investigador Carlos Venâncio, procederam buscas no templo da Igreja e
localizaram um cartaz de aproximadamente 175 cm x 140 cm com as mesmas
imagens de Danilo que tinha nos panfletos.
"O Código Penal
define charlatanismo como 'inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
infalível', pena 3(três) meses a 1(um) ano de prisão, independente das
sanções civis. O caso pode ainda configurar estelionato (artigo 171,
caput, do Código Penal), caso alguém tenha depositado ofertas iludido
com o pretenso milagre, as tudo vai depender da produção de provas e que
elas sejam confirmadas em juízo", esclarece Tristão.
O pastor e equipe serão intimados esta semana para explicações.
Fonte Np Diário

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