Dirigir cansado continua entre as principais causas de acidentes
envolvendo veículos de carga nas rodovias brasileiras. Dados da Polícia
Rodoviária Federal revelam que o envolvimento de ao menos um veículo de
carga a cada quatro acidentes nas estradas ocorre, em geral, devido ao
cansaço e à exaustão dos motoristas, após extenuantes jornadas de
trabalho. Dos 192,1 mil acidentes ocorridos em rodovias federais no ano
passado, 66,6 mil (34,7%) envolveram caminhões.
De acordo com estudos promovidos pela Associação Brasileira de Medicina
de Tráfego (Abramet), as causas primordiais de acidentes nas rodovias
brasileiras são a fadiga (18%) e sono (42%) perfazendo uma estatística
de 60% de todos os acidentes, destacando que 93% são provocados pela
falha humana. “Costumamos dizer que hoje, em todo acidente rodoviário
tem um motorista profissional envolvido e que o motivo principal é o
excesso de trabalho”, explica Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor
do departamento de medicina ocupacional da Abramet.
Um dos objetivos da Lei 12.619 que regulamenta a profissão de motorista e
traz significativas modificações no Código de Trânsito Nacional (CTB), é
justamente tentar garantir o descanso do motorista para aumentar a
segurança nas estrada. De acordo com as novas regras previstas no artigo
67-A do Código de Trânsito Brasileiro, o motorista deve realizar um
intervalo de onze horas entre um dia e outro de viagem, podendo
fracionar 9 2 horas e fazer descansos de 30 minutos a cada quatro horas
de direção. A infração é considerada grave e a multa é de R$ 127,69.
Conforme cita o Dr. Dirceu, o carreteiro necessita de melhor qualidade
de vida e não viver escravizado pelo trabalho.
“Atualmente, o motorista é submetido ao estresse físico pelo excesso de
movimento e estresse psicológico. Após quatro horas na direção veicular
tem lapso de atenção e com oito horas déficit de atenção, quando a
possibilidade de acidente aumenta em duas vezes. A nossa recomendação é
que durma pelo menos oito horas em local sem barulho, trânsito de
pessoas e com pouca ou nenhuma luz”, aconselha o médico.
Fonte: O Carreteiro

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