domingo, 14 de outubro de 2012

Condutores dizem que ‘apagaram’ no volante

Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) não têm estatísticas que permitam associar o uso de drogas por caminhoneiros aos acidentes registrados nas rodovias. A comparação entre o volume de ocorrências envolvendo caminhões e a participação desses veículos na frota total do Estado, entretanto, indica que o número de acidentes é muito representativo.

Na área abrangida pela 2 Companhia da PRE, que inclui 16 postos rodoviários no Norte do Estado, do início deste ano até o dia 4 de outubro, foram registrados 567 acidentes envolvendo caminhões, o que representa 29% do total registrado. A frota do Paraná, entretanto, é de 231.710 caminhões, o que corresponde a apenas 4% do total de veículos circulando. No Brasil, os caminhões representam 3,17% da frota total.

Outro indicativo importante é que os caminhões, apesar de corresponderem a uma pequena parcela do total de veículos, envolveram-se em 35% dos acidentes com vítimas fatais no período, o que corresponde a 47 óbitos na área da 2 companhia. Em 2011, os acidentes com participação dos caminhões representaram 27% do total, com 41% das mortes. Já em 2010, estavam envolvidos em 30% dos acidentes e 30% das mortes.

''Muitas ocorrências resultam de imprudência, mas não temos como associar diretamente ao uso de drogas'', explicou o subtenente Hemerson Oliveira Pacheco, da 2 Companhia da PRE. Segundo ele, no período da safra de grãos o problema aumenta, porque os caminhoneiros correm contra o tempo para conseguirem melhores rendimentos. ''Relatos de condutores que 'apagaram' no volante são comuns nos atendimentos de acidentes, principalmente aqueles sem causa aparente'', afirmou, relacionando os fatos à possibilidade de uso de entorpecentes.

O inspetor Anthony Nascimento, chefe da delegacia metropolitana da PRF em Curitiba, informou que, nas abordagens de caminhoneiros, é comum identificar sinais de uso de drogas, como agitação excessiva no caso da cocaína e até a sonolência exagerada inerente ao fim do efeito das anfetaminas. ''Se entendemos que o condutor não está em condições de prosseguir viagem, impedimos de continuar até que esteja bem'', relatou, lembrando que os sintomas são parecidos com o do cansaço excessivo. ''Por isso a fiscalização é difícil.''(C.A)

Folhaweb

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