Óleo na quantidade certa e sem desperdício

Reabastecimento com óleo a granel, a partir do uso de uma bomba elétrica, é mais vantajoso para para o meio ambiente

No sistema de troca da Toyopar, a quantidade de óleo é digitada na própra pistola, cuja mangueira chega até a seis metros de comprimento

‘‘Troca inteligente’’ da Mobil beneficia também os revendedores, que têm ganhos logísticos com armazenamento otimizado e maior controle do estoque

Em vez de uma prateleira lotada de embalagens de óleo, um grande reservatório ligado a uma bomba elétrica. Essa é a mudança que vem ocorrendo em muitas oficinas que têm optado pelo reabastecimento com óleo a granel.

Em Londrina não é diferente e várias concessionárias e estabelecimentos já aderiram a esse sistema, considerado mais sustentável, já que não há o desperdício de óleo nem o descarte de embalagens.

Na oficina da Toyopar, concessionária da Toyota, por exemplo, o modelo foi implantado há cerca de nove meses. Um galão de dois mil litros armazena o óleo novo, que percorre uma rede de encanamentos até chegar nas bombas, que são parecidas com as de combustível. A grande diferença é que a quantidade de óleo é digitada na própra pistola, cuja mangueira chega até a seis metros de comprimento. ''Você despeja o óleo na quantidade exata. Já temos até programado na memória a troca de óleo da Hilux e do Corolla, que são os principais modelos atendidos aqui'', explica Agnaldo Minamizaki, chefe da oficina da concessionária.

Ele destaca que o processo chega a ser 10 a 15 minutos mais rápido que o tradicional. ''Para cada dois boxes há uma bomba e todas podem ser utilizadas ao mesmo tempo'', ressalta.

O custo-benefício para o consumidor também é mais vantajoso, segundo Minamizaki. ''O preço fica fracionado assim como a quantidade de óleo.''

Com um grande volume de serviços de troca de óleo, chegando a 400 litros em dias de maior movimento, a oficina também precisa de um sistema para armazenamento do óleo usado. A medida em que as trocas são feitas o material vai sendo armazenado em carrinhos com capacidade para 80 litros. Depois de cheios, eles são levados até uma bomba de sucção que leva o óleo até outro reservatório, de 1,5 mil litros. ''Uma empresa especializada vem retirar esse óleo para fazer a destinação correta, a qual é uma exigência da Toyota'', ressalta o chefe da oficina.

Nem todas as oficinas têm um movimento tão grande para a troca de óleo a ponto de utilizar um sistema como o da concessionária da Toyota. Mas ainda assim podem fazer a troca a granel, só que com reservatórios menores.

A oficina Auto Center Bandeirantes, por exemplo, utiliza um processo fornecido pela Mobil, que conta com dois reservatórios de 200 litros, cada um com a especificação de produto. Eles também estão equipados com uma bomba eletrônica para digitar a quantidade de óleo e despejá-lo no motor na medida certa.

De acordo com informações da empresa, por meio da assessoria de imprensa, o sistema chamado de ''Troca Inteligente'' oferece benefícios não apenas para os clientes, mas também para os revendedores, que têm ganhos logísticos com armazenamento otimizado e maior controle do estoque.

Além disso, a empresa informa que a procedência do produto é garantida, com processos de transporte e armazenagem certificados. Já os tanques são progetidos com lacres.

Na opinião do analista técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) Gerson Burin, não há dúvidas de que a eliminação das embalagens na troca de óleo traz benefícios ao meio ambiente. ''As embalagens nem sempre você conseguer esvaziar totalmente. É preciso encaminhar para a destinação correta e sempre há um risco de contaminação, já que o óleo é altamente poluente.''

Mas quem pretende fazer a troca ''inteligente'' de óleo também deve ficar atento. O coordenador do curso técnico em manutenção automotiva do Senai Londrina, Edison Bonifácio, destaca alguns pontos que devem ser observados: ''Primeiro a idoneidade do estabelecimento, assim como devemos fazer com o posto de gasolina. Também é importante checar se o tambor com o óleo está lacrado e o óleo não pode, de jeito algum, ficar exposto ao ambiente'', orienta.

Já o analista do Cesvi Gerson Burin lembra de outro detalhe importante. ''É preciso verificar as especificações quanto ao tipo de óleo. No manual do proprietário existe essa indicação que pode ser com relação ao tipo de óleo e até a marca.''

Folhaweb