Operários da construção civil viviam em condições subumanas em cortiço em Ibiporã

''Tivemos que improvisar pratos nos nossos capacetes para comer nos primeiros dias'', reclamou Erivelton Soares

''Trabalhamos dois dias e fomos dispensados, sem pagamento algum, nem da rescisão'', comentou Jailson Fróes Lira
Londrina - O Sindicato
dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de
Londrina e Região (Sintracom) denunciou ontem a existência de situação
análoga ao trabalho escravo em Ibiporã, na Região Metropolitana de
Londrina. Sete maranhenses estavam vivendo em condições subumanas em um
cortiço no Jardim Ipê.
O grupo dividia um imóvel com menos de 20 metros quadrados e três cômodos. Todos dormiam espumas jogadas no chão e sequer tinham talheres para fazer refeições. ''Não tem panela e não forneceram nem colher. Tivemos que improvisar pratos nos nossos capacetes para comer nos primeiros dias'', reclamou o pedreiro Erivelton de Jesus Silva Soares, de 18 anos.
Ele e os amigos chegaram na região na semana passada, atraídos pela expansão imobiliária e por promessas de bons rendimentos. Os sete trabalhadores têm entre 18 e 27 anos. ''Prometeram pagar R$ 6 por metro quadrado do reboco. Isso dá uma média de R$ 150 a diária, além da moradia e refeição. O contrato seria de 45 dias prorrogáveis por mais 45. Trabalhamos dois dias e fomos dispensados, sem pagamento algum, nem da rescisão'', comentou o pedreiro Jailson Fróes Lira, de 22 anos.
Os operários reclamam que desde o final de semana não têm o que comer. ''Fomos ajudados por uma mulher que ficou sensibilizada com nossa situação. Ela repassou alguns ovos e latas de sardinha para a gente comer'', disse José Joaquim Sodré, de 27 anos. ''Emagreci cinco quilos desde que cheguei'', reclamou. Ele é casado e tem uma filha pequena, para quem manda todo o dinheiro arrecadado na construção civil.
O pedreiro está há mais de três meses fora de casa. Antes, ele e os outros maranhenses executavam uma obra no interior de São Paulo. ''Várias empresas vêm arregimentando pessoal do Norte e Nordeste, fazem propostas que não são cumpridas. Há sobrecarga de trabalho e muitas irregularidades. Isso é inadmissível'', afirmou o advogado do Sintracom, Jorge Custódio.
O Sintracom encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho. ''Falta assistência, higiene, as condições não são boas. A intermediação de mão de obra é proibida pela legislação trabalhista'', explicou.
Os maranhenses estavam empregados pela empreiteira Orlando A. Santos Construtora Empreiteira ME, que presta serviço para a Mitral Construtora. ''Eles foram dispensados porque fumavam maconha durante o expediente, fazendo arruaça'', acusou Orlando Santos. ''Ele inventou isso para mandar a gente embora e não pagar nosso contrato'', rebateu o pedreiro José Sodré.
A Mitral Construtora negou que os operários fossem empregados da empresa. ''O Orlando presta serviço para a Mitral há menos de trinta dias, mas essas pessoas nunca trabalharam para a Mitral, conforme nosso livro de registros'', salientou o empresário Adelino Felipe de Azevedo.
A construtora tem oito empreendimentos em execução em Londrina e região e conta com 80 funcionários.
O grupo dividia um imóvel com menos de 20 metros quadrados e três cômodos. Todos dormiam espumas jogadas no chão e sequer tinham talheres para fazer refeições. ''Não tem panela e não forneceram nem colher. Tivemos que improvisar pratos nos nossos capacetes para comer nos primeiros dias'', reclamou o pedreiro Erivelton de Jesus Silva Soares, de 18 anos.
Ele e os amigos chegaram na região na semana passada, atraídos pela expansão imobiliária e por promessas de bons rendimentos. Os sete trabalhadores têm entre 18 e 27 anos. ''Prometeram pagar R$ 6 por metro quadrado do reboco. Isso dá uma média de R$ 150 a diária, além da moradia e refeição. O contrato seria de 45 dias prorrogáveis por mais 45. Trabalhamos dois dias e fomos dispensados, sem pagamento algum, nem da rescisão'', comentou o pedreiro Jailson Fróes Lira, de 22 anos.
Os operários reclamam que desde o final de semana não têm o que comer. ''Fomos ajudados por uma mulher que ficou sensibilizada com nossa situação. Ela repassou alguns ovos e latas de sardinha para a gente comer'', disse José Joaquim Sodré, de 27 anos. ''Emagreci cinco quilos desde que cheguei'', reclamou. Ele é casado e tem uma filha pequena, para quem manda todo o dinheiro arrecadado na construção civil.
O pedreiro está há mais de três meses fora de casa. Antes, ele e os outros maranhenses executavam uma obra no interior de São Paulo. ''Várias empresas vêm arregimentando pessoal do Norte e Nordeste, fazem propostas que não são cumpridas. Há sobrecarga de trabalho e muitas irregularidades. Isso é inadmissível'', afirmou o advogado do Sintracom, Jorge Custódio.
O Sintracom encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho. ''Falta assistência, higiene, as condições não são boas. A intermediação de mão de obra é proibida pela legislação trabalhista'', explicou.
Os maranhenses estavam empregados pela empreiteira Orlando A. Santos Construtora Empreiteira ME, que presta serviço para a Mitral Construtora. ''Eles foram dispensados porque fumavam maconha durante o expediente, fazendo arruaça'', acusou Orlando Santos. ''Ele inventou isso para mandar a gente embora e não pagar nosso contrato'', rebateu o pedreiro José Sodré.
A Mitral Construtora negou que os operários fossem empregados da empresa. ''O Orlando presta serviço para a Mitral há menos de trinta dias, mas essas pessoas nunca trabalharam para a Mitral, conforme nosso livro de registros'', salientou o empresário Adelino Felipe de Azevedo.
A construtora tem oito empreendimentos em execução em Londrina e região e conta com 80 funcionários.
Danilo Marconi
Reportagem Local
Reportagem Local
Folhaweb
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