segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

10 pecados mortais da educação



Em mais uma participação do Jovem Pan Morning Show, o psicoterapeuta Leo Fraiman discorre sobre os “pais sacanas” e as atitudes paternas e maternas que desconstroem o crescimento e a educação de uma pessoa.
Educar é justamente o contrário. Tem a mesma raiz da palavra edificar. Educar é uma das tarefas mais nobres da vida. Inclui importar-se e cuidar de pequenos hábitos, como estudar, escovar os dentes e arrumar a cama.
É uma maldade deixar de cuidar de alguém e induzi-la ao erro. É visível que as grandes pessoas de sucesso tiveram pais presentes e cuidadosos. Afinal, “em educação, o que é difícil fazer vai ser muito mais difícil se não fizer”.
O filho é como um arco e flecha. Se eu quero que a flecha vá longe, tenho que puxar para o meu peito, ou seja, assumir a responsabilidade de pais.
A dor do abandono é a pior dor que um ser humano pode ter. Mimos e superproteções também podem ser uma forma de humilhação. Quem grita, xinga e humilha é um ladrão da autoestima da criança. Confira esses e outros erros mais comuns e lamentáveis dos pais:

1) Xavecar as(os) amigas(os) da(o) filha(o);

2) Faltar em momentos importantes. Vale muito a pena avisar os chefes com antecedência e estar presente em momentos importantes para os filhos. E os chefes devem ser maleáveis no que diz respeito a questões familiares de seus funcionários. Afinal, como diz Alexandre Teixeira no livro Felicidade S.A., as empresas que investem em bom clima recebem em troca alta performance e lealdade.

3) Comparar filho consigo mesmo nos tempos antigos, ou com irmãos, irmãs, primos ou amigos. Cada filho deve ser educado na sua individualidade e ninguém pode ser avaliado como pessoa, mas pelos comportamentos.

4) Contar coisas constrangedoras dos filhos na frente dos parentes ou amigos. Deve-se respeitar a integridade dos filhos.

5) Gritar. Como dito, esse é um assalto emocional. Em vez de perder as estribeiras, os pais podem segurar no ombro, olhar firme e dar a correção necessária verbalmente sem elevar o tom da voz. Gritar apenas mascara a própria falta de competência em educar.

6) Bater. As cinco maneiras de a criança aprender: pelo exemplo, pelo exemplo, pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo.Bater é ensinar a bater. Associar a dor ao aprendizado, no geral , não funciona. Só alivia mais a ansiedade do pai. Em vez disso, segurar a criança interrompendo a atitude inconveniente dela e mostrando que é mais forte. Outra alternativa é deixar no canto, isolá-la, o que pode doer mais.

7) Tecnologia demais. Cuidado, ipods, ipads e aipins. Games e candy crush podem viciar o filho a não esperar. Com o dvd atrás do carro, a criança já aprende a ter o controle da vida nas mãos. E, na vida adulta, a gente não tem o controle da vida nas mãos. Aliás, as pessoas mais felizes são aquelas que sabem esperar, lidam bem com as expectativas e se doam para os outros. Cada hora usada em tecnologia tem que corresponder a duas horas de contato, afeto, abraço, futebol, brincadeiras motoras e coisa simples e que divertem muito mais.

8)  Ser amiguinho do filho. Pais são pais e devem ter o domínio de regras como horários, limites, comida, dinheiro. Pesquisa da Viacom mostra que 83% dos pais querem ser melhores amigos dos filhos. Leo diz que “pai bom é pai chato” – “sou chato porque te amo”.

9) Falar mal do cônjuge. O filho não vai ter o que fazer com isso – ama o pai ou vê com os olhos da mãe?

10) Não elogiar, só criticar. A gente precisa do palco. “Se eu não tenho um palco do bem, vou achar um palco do mal”. E deve-se dizer “você é esforçado, dedicado, empenhado, disciplinado”em vez de “você é inteligente”. Mostrar o comportamento que levou ao sucesso, e não que a criança é inteligente, perfeita (elogiar desta forma no máximo 1/4 ou 1/3 das vezes).
Assim, criança vai se sentir empoderada da capacidade de realizar.

Odair Matias

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